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O início da comunicação
No processo de alfabetização e letramento que ocorre na escola, além do aprendizado por livros didáticos, as crianças devem experimentar cenas de comunicação, ou seja, situações nas quais seja possível refletir a leitura, a escrita e a fala em um contexto.
Isso porque, desde as nossas primeiras experiências sociais, passamos a vivenciar situações de comunicação. As expressões faciais, o tom da voz, os sons do ambiente, as falas, tudo chega até nós e nos faz compreender que a comunicação é o meio para expressar sentimentos e desejos.
Começamos esse processo imitando o outro em seus gestos e sons para ganhar o colo, a comida, parar a dor. No decorrer dos anos, continuamos a ler as pessoas e o mundo, ampliando as formas de nos comunicarmos.
Aprendemos as primeiras palavras, ampliamos os gestos, brincamos de imitar os adultos, começamos a ouvir histórias e descobrimos outras formas de comunicação: os desenhos, as letras, os nomes nas embalagens.

Por isso, nos anos iniciais da educação, a alfabetização e letramento deve seguir esse mesmo preceito, ou seja, precisa de cenas de comunicação que levem a criança a entender o processo por meio de contextualização e prática.
Estratégias de alfabetização e letramento
É importante que as estratégias que adotamos possam garantir que a criança analise a cena comunicativa, a função da ferramenta escolhida, pense suas escolhas e avalie os resultados. Por isso, é interessante que, durante o período de alfabetização e letramento, todas as atividades sejam contextualizadas e, os resultados, sempre discutidos com os alunos. Exercícios apenas de memorização e repetição não garantem um processo completo às crianças.
Outro ponto de destaque é ajudar as crianças a analisarem suas produções, não encarando nada como erro, mas como um processo que faz parte do aprendizado. As hipóteses das crianças são ricas; lê-las atentamente é construir caminhos assertivos para garantir a aprendizagem de todos e todas.
Assim como nos ensinou Paulo Freire, alfabetizar é muito mais do que apenas ler e escrever; é ler o mundo.
Tendo isso em vista, separamos 9 atividades que aplicam todos esses conceitos para otimizar a alfabetização e o letramento das crianças em sala de aula.
Sugestões de atividades
Atividade 1: Pare!
Para que serve a atividade:
Esta é uma variação do jogo do STOP! A atividade auxilia as crianças a perceberem a organização das letras do alfabeto, associar a sonoridade com a escrita, analisar a estrutura das palavras e apresentar hipóteses de escrita.

Coloque as letras do alfabeto em um saquinho e peça que uma criança sorteie a letra da rodada. Após o sorteio, dê um sinal para que todos comecem a escrever as palavras que completem a ficha com nomes que iniciem com a letra sorteada.
Quem acabar de escrever suas palavras grita PARE! Não é preciso marcar o tempo ou só valer quem terminar primeiro para não desestimular quem está em processo de alfabetização.
Faça uma tabela maior na lousa ou em um painel e vá escrevendo as palavras que as crianças forem ditando ou peça que elas venham escrever. O objetivo aqui é fazer com que pensem a escrita.
Caso sua turma já esteja em um nível mais avançado de alfabetização, inclua o tempo e a disputa de pontos.
Atividade 2: Que sílaba está faltando?
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia as crianças a compreenderem a composição das palavras e função das sílabas.

Convide os alunos a pensarem nas palavras que podem formar com as sílabas sugeridas. Esta atividade pode ser feita em duplas ou individualmente.
Outra variação é formar duplas e dar uma cartela em branco para cada par, solicitando que coloquem as palavras para serem completadas. Quando preencherem as cartelas, as duplas devem trocá-las com outras duplas.
Ao final de cada etapa, discuta os resultados. Não coloque apenas o certo, comente com as crianças as hipóteses e os erros para que reflitam sobre o processo de escrita.
Atividade 3: Uma mensagem para meu amigo
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia as crianças a compreenderem a função social da escrita, criar hipóteses de escrita e compreender a estrutura do gênero bilhete.
Sugestão de atividade:
Convide a turma a criar uma árvore de boas mensagens. Primeiro, peça que cada aluno escolha um amigo ao qual escreverá um bilhete com uma mensagem positiva.
Quando forem terminando, leia com cada um a mensagem e discuta a escrita. Após isso, pendurem na árvore os bilhetes.
Reúna os alunos em um espaço aberto da escola, coloque a árvore no meio da roda e convide, um a um, a buscar seu bilhete e ler para os amigos.
Atividade 4: Jogo de forca
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia as crianças a pensarem na estrutura da escrita da palavra.
Sugestão de atividade:
Reúna os alunos em pequenos grupos para que possam ter oportunidades de jogar mais vezes. Entregue folhas de papel com o desenho de forcas. Oriente-os para sortearem a ordem das jogadas. O primeiro a jogar pensa em uma palavra, desenha o número de letras correspondentes e dispõe, ao lado, todas as letras do alfabeto. Os demais devem adivinhar as letras até formar a palavra. Cada letra sugerida vai sendo riscada da lista de letras. Quando ela estiver na palavra, será escrita na lista; quando não estiver, será desenhada, na forca, uma parte do corpo. O objetivo é que alguém acerte a palavra completa. Quem acertar marca ponto no placar. Todos sugerem palavras. Faça quantas rodadas desejar, de acordo com o número de alunos de sua turma.
Passe pelos grupos e converse sobre a escrita das palavras. Faça apontamentos para que possam refletir e corrigir possíveis erros.
Atividade 5: Lá vai a barquinha carregadinha de…
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia as crianças a pensarem na estrutura da escrita da palavra.
Sugestão de atividade:
Divida a turma em pequenos grupos. Cada um recebe uma folha de papel e um lápis. Um dos participantes deverá falar uma letra (ou sílaba) e os demais escrevem as palavras. Ex.: frutas iniciadas com M – maçã, morango, melão etc.
Quem escolheu a letra ou sílaba fala para os demais para saber a resposta. Por exemplo: “Lá vai a barquinha carregadinha de frutas que começam com L”. Cada um dá sua resposta de acordo com o que foi pedido, mostrando o que escreveu. Por exemplo: laranja.
Passe pelos grupos e converse sobre a escrita das palavras. Faça apontamentos para que possam refletir e corrigir possíveis erros.
Atividade 6: Quem conta um conto, aumenta um ponto
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia as crianças a planejarem o texto e compreenderem a função social da escrita.
Sugestão de atividade:
Reúna os alunos em pequenos grupos e os convide a criarem novos finais para as histórias conhecidas.
Para esta atividade recorte as tiras abaixo, pegue folhas de sulfite ou caderno e lápis.
Entregue as plaquinhas para que continuem as histórias de maneira diferente daquela conhecida. Oriente-os a planejarem os textos: listarem suas ideias, organizarem a ordem, escreverem o texto, lerem e avaliarem suas produções antes da entrega.
Você pode dar a mesma plaquinha para todos os grupos para que, ao final, leiam suas histórias e comparem os finais. Ou pode dar placas diferentes e, ao final, eles leem as histórias para os colegas.

Atividade 7: Acróstico
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia na compreensão da escrita, nas hipóteses de escrita e na organização deste tipo de poesia.
Sugestão de atividade:
Explique para a turma que um acróstico é poesia em que as primeiras letras (às vezes, as do meio ou do fim) de cada verso formam, em sentido vertical, um ou mais nomes ou um conceito, máxima etc.
Mostre exemplos:

Convide os alunos a escreverem seus nomes, de pessoas da família e amigos. Sugira que, para montarem o acróstico de cada um, devem pensar nas características da pessoa.
Circule pela turma para auxiliar na escrita. Faça intervenções para que pensem na lógica da palavra e no que desejam representar.
Monte uma exposição com os acrósticos para que toda a comunidade escolar possa ver.
Atividade 8: Qual a legenda?
Para que serve a atividade:
Esta atividade auxilia na leitura e interpretação de imagens e elaboração de uma descrição do texto lido.
Sugestão de atividade:
Reúna os alunos e pergunte se sabem o que é uma legenda. Incentive-os a falarem suas hipóteses. Explique que as legendas são os textos que acompanham uma imagem, conferindo-lhe um significado ou esclarecimento. Mostre exemplos de fotos e suas legendas.
Na sequência, divida-os em duplas e entregue imagens para que pensem as legendas que as acompanham. Circule entre as duplas e as ajude a pensar na imagem, na estrutura da escrita e a chegarem a um acordo.
Ao final, compartilhem os resultados e abra uma roda de conversa para que todos mostrem seus resultados e comparem as legendas. Fale sobre as diferenças ou semelhanças de percepções de cada dupla ao escrever as legendas.

Atividade 9: Organizando os painéis
Para que serve a atividade:
Esta atividade ajuda a criança a selecionar e distinguir as letras do alfabeto de outros sinais gráficos.
Sugestão de atividade:
Para esta atividade, faça três cartazes: letras, placas, sinais matemáticos e números. Selecione letras, sinais matemáticos e placas e monte cartões. Veja os exemplos:

Espalhe os cartões pela sala e cole os cartazes na lousa. Organize os alunos em um círculo ao redor dos cartões. Chame uma criança por vez e convide-a a escolher um cartão e a colar no cartaz correspondente.
Vá conversando com as crianças sobre suas escolhas, fazendo perguntas e intervenções com a montagem dos painéis.
O livro didático é um dos materiais mais importantes durante o processo de alfabetização. Isso porque ele pode ajudar tanto o professor a preparar e dar aula como o aluno a estudar em casa.
Por isso, é muito importante fazer uma escolha que atenda os dois lados.
Com o uso do livro, fica mais fácil para o educador guiar as aulas e saber qual conteúdo trabalhar para desenvolver as competências dos estudantes.
Além disso, o livro permite flexibilidade, não impedindo a utilização de outras ferramentas de ensino.
Neste conteúdo, mostramos como os livros didáticos impactam o processo de alfabetização. Acompanhe!
Entenda a importância do livro didático
O livro didático é um dos materiais mais usados em sala de aula. Com ele, o aluno consegue acompanhar o que o professor ensina.
O docente, por sua vez, pode planejar melhor suas aulas, direcionando o conteúdo de forma mais clara.
Sendo assim, também pode utilizar o livro didático para consultar os conteúdos, além das habilidades e competências de cada ciclo escolar.
O livro também serve como material de apoio para a preparação das aulas, ajudando a otimizar o tempo do profissional, já que contém imagens, atividades e exercícios prontos e também para serem feitos pelos alunos.
Com o livro didático, os alunos conseguem acompanhar o que está sendo ensinado em sala de aula e podem estudar em casa todo o conteúdo.
Mais do que isso, o livro ainda traz exercícios que os ajudam a fixar a matéria.
Quais são as características de um livro didático?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas do Brasil.
Grande parte dos conteúdos necessários é abordada nos livros didáticos. Esse tipo de material é composto por algumas características. São elas:
- Textos
- Imagens
- Sugestões de atividades
- Exercícios
- Bibliografia utilizada na preparação do conteúdo.
Antes de selecionar um livro adequado para determinada turma, é preciso que o professor e os coordenadores da escola façam reuniões para analisar as opções e escolher a melhor conforme suas necessidades.
É importante lembrar que o educador não precisa utilizar somente um material. O livro principal é escolhido, mas é possível complementar o ensino com outros recursos, como livros paradidáticos, vídeos, websites.
Como escolher um bom livro para o processo de alfabetização?
Para selecionar a opção adequada, é preciso ler todo o conteúdo e analisar se ele está de acordo com o projeto político-pedagógico e com o currículo da instituição.
É muito importante que o conteúdo do material didático esteja organizado e atualizado conforme as mais recentes diretrizes educacionais.
Documentos como a BNCC apontam que a alfabetização deve ocorrer nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental.
Além disso, os textos a serem utilizados no processo precisam mostrar como a linguagem se materializa em práticas sociais, com objetivo de facilitar a comunicação.
Dessa forma, ao escolher o livro didático, o educador tem que se atentar à função social dos textos propostos no material.
Os alunos devem desenvolver sua alfabetização apoiados em conteúdos reais e contextualizados, deixando de lado textos artificiais.
Uma boa dica é ouvir a opinião de outros educadores sobre livros que eles já utilizaram e qual foi a percepção. Assim, você poderá obter diferentes opiniões a respeito de um único material.
O livro didático, mesmo tendo um papel importante no aprendizado de alunos, não deve ser o único material utilizado por professores.
Até mesmo para conseguir mais engajamento dos estudantes, é necessário propor atividades diferentes durante as aulas, inclusive as que envolvem tecnologia.
Agora você já sabe como escolher um livro didático e qual é a sua importância!
Caso precise de ajuda, a SM Educação está à disposição para ajudar você nesse processo. Entre em contato!