A primeira semana de aula é um período acolhedor, repleto de encontros, histórias e sentimentos. Por isso, o planejamento de aulas nesse momento deve priorizar as habilidades socioemocionais, criando um espaço para o fortalecimento de vínculos e para uma escuta atenta e verdadeira.
Antes de tudo, ao planejar as aulas, é importante considerar o que cada ano escolar representa para os estudantes. Cada etapa traz consigo um conjunto único de expectativas e desafios, e entender essas transições é fundamental para criar um ambiente acolhedor e eficaz.
No primeiro ano do Ensino Fundamental, a criança chega carregada de expectativas e sentimentos. Há o impacto de um novo prédio, muitas vezes uma nova escola, novos amigos, materiais didáticos diferentes e uma nova professora. É um momento de grandes transformações e responsabilidades, e é essencial que a criança se sinta parte desse novo grupo, sabendo que terá espaço para se expressar e participar ativamente.
No sexto ano, os estudantes enfrentam uma nova fase significativa: a mudança para um novo prédio, com mais professores e novas cobranças, como a autogestão dos estudos. Essa transição também marca o início da adolescência, o que torna fundamental ajudar os alunos a compreenderem o que está por vir, como administrar seus estudos, entender as mudanças emocionais e organizarem o tempo entre estudo e cuidados pessoais.
O primeiro ano do Ensino Médio é um ponto de virada, onde as exigências aumentam e os estudantes começam a tomar decisões importantes sobre o futuro. Com as novas estruturas do Ensino Médio, é necessário preparar os alunos para equilibrar suas necessidades pessoais com os estudos. Discutir como administrar o tempo, como estabelecer relações interpessoais saudáveis e como lidar com a pluralidade de ideias e sentimentos é crucial nesse momento de transição.
Embora os três anos de transição sejam especialmente significativos, é importante que o planejamento de aulas também leve em consideração as expectativas e desafios de cada ano escolar.
Cada novo ano traz o questionamento sobre quem será o novo professor, como se formarão os grupos de amizade, quais serão as novas aprendizagens e responsabilidades. Isso deve ser considerado para que o processo de ensino e aprendizagem seja o mais acolhedor e eficiente possível.
Veja algumas dicas:
Valorize as boas histórias, os relatos e os sentimentos. Este será um momento de acolhimento, onde, além das expectativas comuns de início de ano, é importante permitir que os alunos compartilhem suas experiências e sentimentos. Essa abertura contribui para a construção de uma nova fase na escola, trazendo à tona emoções ligadas ao recomeço e ao pertencimento.
Compartilhe com os estudantes o que os aguarda, quais são as metas a serem alcançadas e os conhecimentos que serão adquiridos. Convide-os a refletir sobre o que já sabem e o que aprenderão ao longo do ano. Use essa reflexão para promover a autoavaliação e ajudar no desenvolvimento da consciência sobre o próprio aprendizado.
Incentive os alunos a falar sobre o que os incomoda, o que desejam e como gostariam de se relacionar. Isso os ajudará a criar bons combinados para um ambiente de respeito mútuo e harmonia no decorrer do ano letivo.
Discuta como dividir os momentos de cuidado pessoal, de estudo, lazer, planos e metas. Ensinar a organização do tempo é essencial para que os alunos desenvolvam habilidades de gestão e equilíbrio em suas vidas.
Compartilhe sua história pessoal e profissional. Fale sobre suas metas, como trabalha e como pretende estabelecer práticas de aprendizado que incentivem o crescimento e o desenvolvimento dos alunos ao longo do ano.
A volta às aulas deve ser essencial para estabelecer vínculos, fortalecer relações e definir os objetivos para o ano. Com esses pontos bem definidos, estaremos prontos para avançar para as ações práticas de aprendizagem!
Este não é o momento para organizar simplesmente o conteúdo de ensino, mas sim para construir parcerias com os alunos. É uma oportunidade para conhecer os estudantes, suas expectativas e os desafios que podem surgir ao longo do ano.
A escola que estamos retornando não será a mesma de antes. Por isso, é fundamental permitir o diálogo aberto e o protagonismo dos alunos nesse processo. Em vez de programar atividades rígidas, convide-os a se envolverem ativamente, para que se sintam parte de uma jornada coletiva, com metas e objetivos compartilhados ao longo do ano.